terça-feira, 26 de maio de 2020

Não é o diabo que nos leva ao Deserto



Não é o diabo que nos leva ao Deserto.
É Deus que deseja nos tirar de um "Egito" que nos faz mal, mas ao mesmo tempo, nos acomoda.
Ele quer nos tratar e mudar a nossa mentalidade de Escravo para nos transformar em Povo Seu, livre e preparado para conquistar!
Ele não nos leva ao deserto para morrermos lá, mas é uma passagem obrigatória até chegarmos à terra prometida!


segunda-feira, 4 de maio de 2020

Partida de Mamãe para a Eternidade



Minha mãe Izabel Maria,
Faleceu no dia 02 de Maio de 2020 às 10:30h
Fez sua Páscoa Definitiva!
A irmã morte deu a desculpa de um AVC hemorrágico. 
Ela descansou nos braços do Pai Eterno, Misericordioso, Compassivo e Bom Senhor.
Rogo ao Senhor que ela seja recebida no Reino Celestial, acolhida nos braços da Mãe Santíssima e no Coração amado de Jesus Cristo.

Nos encontramos na Eternidade



domingo, 12 de abril de 2020

Cristo Rompeu o silêncio das “pedras”



Cristo Rompeu o silêncio das “pedras”
Prof. Gean Carlos[1]

A Ressurreição de Cristo é o centro da vida da Igreja, é ela que dá sentido a toda a vida cristã. Na Ressurreição opera-se a transformação divina da morte na vida, da vitória da vida sobre a morte. Os homens o conduziram à morte a ação de Deus produz a vida.
Na Ressurreição de Cristo brilha o sentido da morte como passagem para a vida nova. Não nascemos simplesmente para morrer, mas, no entanto, ao morrer, ressuscitamos com Cristo vivo e presente na história. Este é o mistério da Páscoa, o ressuscitado nos envolve, nos faz ressurgir com ele, fazendo com que participemos da sua vida plena e imortal.
Na madrugada daquele primeiro dia, uma nova aurora, cheia de contos, de esperança apareceu. Era Cristo vivo. Ele rompeu o silêncio, a dureza, o vazio existencial, a resistência das pedras. Venceu a solidão que o trancava em seu corpo. Agora Ele está vivo e presente em nosso meio. O egoísmo, a morte, a vaidade, foram abandonadas no silêncio das pedras.
Agora, é tempo de saída, de arrancada, de êxodo de nós mesmos para os outros. É tempo de mostrarmos que somos homens e mulheres da madrugada nova, de um novo dia, de um novo tempo, de Ressurreição, de vida nova transformada. Acabou-se o tempo das ingratidões, das traições, dos fracassos. É hora de anúncios alegres, de felicidades. Chegou o momento oportuno para contagiarmos o mundo através da alegria, da fraternidade, da paz e do Amor.
Somos desafiados a viver cada dia como se fosse o último, de forma plena até a manhã nova e suprema da Ressurreição, pois Cristo vive e está presente em nossas vidas. A Páscoa oferece aos que se afligem e se interrogam sobre o sentido da vida e da história. Ela é a afirmação que o cativeiro, o sofrimento não tem a última palavra sobre a existência, mas a libertação. A morte não detém o sentido das coisas, mas a Vida e a Ressurreição. Assim a história estará sempre aberta, pois depois da Páscoa de Cristo não nos é mais permitido viver tristes. Agora a verdadeira alternativa é a vida e a ressurreição.


[1] Professor, Ecólogo, Filósofo e Teólogo. Palestrante, Consultor e Assessor de Projetos de Formação Humana, Educação e desenvolvimento integral para crianças, jovens e adultos.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Crise





“Toda crise é um perigo, mas também é uma oportunidade. É a oportunidade de sair do perigo. Hoje, creio que temos que desacelerar um determinado ritmo de consumo e de produção (Laudato sí, 191) e aprender a compreender e a contemplar a natureza. E a reconectarmos com nosso entorno real. Esta é uma oportunidade de conversão. Sim, vejo sinais iniciais de conversão para uma economia menos líquida, mais humana.”



Papa Franciscus

A Páscoa e as muitas travessias





A Páscoa e as muitas travessias

A Páscoa é festa central para judeus e cristãos. Ela celebra, lembra e atualiza para os judeus a passagem da escravidão no Egito para a terra da promissão, a passagem pelo Mar Vermelho e a passagem de massa anônima para um povo organizado. A figura de referência é Moisés, libertador e legislador, que conduziu a massa para a liberdade e a fez povo de Deus.
Para os cristãos a Páscoa é a passagem para uma vida nova. Tem como figura central Jesus de Nazaré. Ela celebra a passagem de sua morte para a vida, de sua paixão para a ressurreição, do velho Adão para novo Adão, deste cansado mundo para o novo mundo em Deus.
Como em todas as passagens há ritos, os famosos ritos de passagem tão minuciosamente estudados pelos antropólogos. Em toda passagem há um antes e um depois. Há uma ruptura. Os que fazem a passagem se transformam. O rito de passagem do nascimento, por exemplo, celebra a ruptura da pertença ao mundo natural para a pertença ao mundo cultural, representado pela imposição e recebimento do nome na comunidade.
O batismo celebra a passagem do mundo cultural para o mundo sobrenatural, quer dizer, de filho e filha dos pais para filho e filha de Deus. O casamento é outro importante rito de passagem: de solteiro ou solteira com as disponibilidades que cabem a esta fase da vida para casado com as responsabilidades que este estado comporta. A morte é outro grande rito de passagem: passa-se do tempo para a eternidade, da estreiteza espaciotemporal para a total abertura do infinito, deste mundo para Deus.
Toda a vida humana possui estrutura pascal. Toda ela é feita de crises que significam passagens e processos de acrisolamento e amadurecimento. Tomando o tempo como referência, verifica-se uma passagem da meninice à juventude, da juventude à idade adulta, da idade adulta à velhice e da velhice para a morte e da morte para a ressurreição e da ressurreição para o inefável mergulho profundo no reino da Trindade, segundo a crença dos cristãos. São verdadeiras travessias com riscos e perigos que este fenômeno existencial implica. Há travessias que são para o abismo, há outras que são para a culminância.
A Páscoa traz uma novidade, tão bem intuída pelo filósofo Hegel. A páscoa nos revela a dialética objetiva do real: a tese, a antítese e a síntese. Viver é a tese. A morte é a antítese. A ressurreição é a síntese. A síntese é um processo de recolhimento e resgate de todas as negatividades dentro de uma outra positividade superior de vida. Assim, o negativo nunca é absolutamente negativo, nem o positivo é somente positivo. Ambos estão contidos um no outro, encerram contradições e formam o jogo dinâmico da vida e da história. Mas tudo termina numa síntese superior.
Talvez esta seja a grande contribuição que a Páscoa  judaico-cristã oferece aos que se afligem e se interrogam sobre o sentido da vida e da história. O cativeiro, o sofrimento não tem a última palavra sobre a existência, mas a libertação, a morte não detém o sentido das coisas, mas a vida e a ressurreição. Assim a história estará sempre aberta. Com razão nos dizia o poeta e profeta Dom Pedro Casaldáliga: depois da síntese final da Páscoa de Cristo não nos é mais permitido viver tristes. Agora a verdadeira alternativa é: ou a vida ou a ressurreição.